O meu sótão é cor de rosa...
... como são todos os meus sonhos.
Arrumei a ametista no fundo do baú guardado num canto da antiga sala de costura. Encerrei um capítulo de memórias vãs na urgência de esquecer.
Fui em busca do meu nome e encontrei-o nas asas que perdi. Estavam presas aos ramos da árvore que conforta o meu velho sótão, outrora cinzento.
Pincelei as paredes de cor de rosa, o tecto, a janela, as portas, os móveis antigos. Inventei o céu da mesma cor em seu redor e voltei a voar.
O meu sótão é cor de rosa. Como são as minhas quimeras.