Ele e Ela
Laura recebia mensagens com regularidade. As expressões de Duarte eram doces como os chocolatinhos da milka que Laura chegava a comer de madrugada enquanto, à distância, trocavam palavras de puro afecto. A ternura que ele deixava transparecer transmitia-lhe uma espécie de serenidade absoluta.
Passou o tempo e semanas depois, numa noite fria, Duarte apareceu com as palavras desenhadas no olhar. Irrompeu o enlace dos sentidos num silêncio de gestos declarados. Embalaram num abraço apetecido e respiraram-se ao sabor de uma carícia. Elevaram-se na essência de uma dança suave.
Ele? Deixou a fragrância da sua presença.
Ela? Guardou a quimera do que juntos não puderam construir.
Desculpa - disse Duarte na sua última mensagem.
Desculpo, mas não esqueço - pensou Laura.