Um novo Encontro
Ontem voltei a vê-lo.
Acenou sem sorrisos. Olhei para trás e não vi ninguém.
Lá fora, o sol aquecia o parque de estacionamento.
Vi-o conversar com pessoas encontradas ao acaso. Observei-o através da vidraça sem ninguém perceber. Tive vontade de correr a abraçá-lo, olhá-lo de perto, sentir o seu cheiro, sorrir com ele.
Peguei num cigarro e fui até à porta de entrada num passo apressado. Quando cheguei, estava apenas o lugar que deixou ficar. Foi tudo tão breve.
O vento soprou, uma nuvem vinda do horizonte aproximou-se e o sol ficou pálido.
Fumei o cigarro num gesto voraz e voltei para dentro.
Trago um grito contido bem dentro de mim.
Volto atrás no tempo e cruzam-se as imagens de nós. Ecoam as palavras ditas e as que ficaram por dizer, revejo o que fomos e o que não chegámos a ser. Torno a imaginar o que poderíamos ter sido.
Aperta a saudade mas o telefone não toca. Permaneço à espera, envolta neste silêncio que persiste em ficar.