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O meu sótão é cor de rosa

Às vezes, de noite, subo ao telhado do sótão, sento-me a ver as luzes da cidade e o frenesim do fim dos dias e penso que gostava de ficar ali para sempre. O meu sótão é cor de rosa. Leonor Teixeira, a Ametista

O meu sótão é cor de rosa

Às vezes, de noite, subo ao telhado do sótão, sento-me a ver as luzes da cidade e o frenesim do fim dos dias e penso que gostava de ficar ali para sempre. O meu sótão é cor de rosa. Leonor Teixeira, a Ametista

Máscaras de vida

(Palavras para uma imagem)

 

Sara era executiva numa empresa da área de publicidade localizada numa agradável cidade provinciana. Bem sucedida na vida, morava numa imponente vivenda primorosamente decorada e com um amplo espaço verde no exterior, onde predominavam árvores de frutos variados em volta de uma aprazível piscina.

Logo pela manhã e depois de um duche para despertar, tinha por hábito tomar um delicioso pequeno almoço e preparar-se minuciosamente para mais um dia de trabalho.

Bonita e sempre vestida com um bom gosto invulgar mas discreto, a sua postura social era perfeita. Constantemente em reuniões de negócios, encantava os presentes com discursos inteligentes e persuasivos.

Ao final do dia, aquando da sua chegada a casa, tinha sempre o jantar preparado pela empregada doméstica, mulher de sua inteira confiança. A mesa de refeições encontrava-se diariamente bem ornamentada, onde lhe eram servidos cozinhados tentadores.

No fim da refeição, Sara subia até ao quarto sito no primeiro andar da casa. O jacuzzi colocado no meio da espaçosa casa de banho privativa era o seu local preferido para relaxar de um dia repleto de responsabilidades.

Naquela noite fria de Dezembro e depois de aliviada a tensão profissional através de um longo banho com sais perfumados, abriu o roupeiro com um espaço desmedido onde se encontravam, de um lado os seus conjuntos clássicos de muito bom gosto e do outro vestidos ousados e com cores berrantes, próprios para noites de luxúria excessiva.

Escolheu o encarnado, bem decotado e curto, que fazia sobressair as sua longas e bem delineadas pernas. Optou por umas botas pretas de cano e tacão exageradamente altos, que calçou por cima de umas meias rendilhadas em tons vermelho e preto.

Sentou-se frente ao espelho situado a um dos cantos do quarto e colocou uma longa cabeleira loura. Alongou as pestanas com rímel preto, cobriu as pálpebras com sombras lilás e azul e pintou os lábios de vermelho vivo. Finalmente, colocou umas unhas postiças encarnadas e compridas.

O telefone tocou por diversas vezes, mas Sara não atendeu. Do lado de lá, alguém deixou uma mensagem no voice mail:

'Olá, Sara. É o Miguel. Calculo que não possas atender, porque provavelmente tiveste mais uma reunião de negócios pós laboral. Não achas que andas a trabalhar demais? Escuta... almoçamos amanhã? Beijo'.

Sara desceu a escadaria imponente e parou no hall de entrada, vestiu o casaco de pele preto e saiu de casa. Dirigiu-se à garagem onde estavam estacionados dois carros, um que costumava levar para o emprego e outro que utilizava para se deslocar pela noite dentro.

Conduziu até àquela cidade que ficava a bastantes quilómetros de sua casa e estacionou na avenida que lhe era totalmente familiar. Andou quinhentos metros e parou no local habitual, onde algumas outras mulheres exibiam os seus corpos seminus e se ofereciam ao primeiro homem abastado que parasse em qualquer veículo luxuoso.

Pouco tempo depois de Sara ter chegado, um carro aproximou-se e estacionou junto ao passeio. Do seu interior, conseguia ver-se apenas uma mão que apontava na sua direcção e Sara caminhou até lá, entrou no carro e disse:

- Sou a Verónica. Conheço uma hospedaria perto daqui. Podemos ir até lá.

- Esta voz é-me familiar...

O homem que se encontrava ao volante olhou para Sara e incrédulo deixou soar um nome.

- Sara...?

- Miguel...? - ela pronunciou o nome dele num tom de voz trémulo.
Sara baixou a cabeça e sem conseguir proferir uma palavra saiu do carro. Miguel arrancou em alta velocidade.

 

 

(Texto fictício escrito para a Fábrica de Histórias)

por Leonor Teixeira, a Ametista

Sean Penn

 

Sean Penn.

 

Merecedor do óscar da academia para melhor actor. Não posso pronunciar-me sobre o filme 'Milk', porque ainda não o vi. Mas posso dizer que este é, sem dúvida, um dos melhores actores de sempre. Ou não o tivesse visto numa interpretação inigualável em 'Mystic River', um drama fabuloso de 2003 que o levou a ser galardoado, também, como melhor actor principal.

 

Um talento grandioso!

 

por Leonor Teixeira, a Ametista

10 Prazeres Gratuitos

 

Como tenho passagem obrigatória nos blogs dos meus amigos Ónix e José A, agarrei no desafio que encontrei por lá e agora tenho de dizer dez coisas que me dão prazer. E de borla, ainda por cima!

 

  1 - Divertir-me com os meus amigos e rir até mais não

 

  2 - Ouvir música e esquecer que o mundo existe

 

  3 - Escrever o que sinto e o que bem me apetecer

 

  4 - Dançar em qualquer lugar aquela música que chama por mim

 

  5 - Dar abraços grandes e longos às pessoas de quem gosto mesmo

 

  6 - Ver um filme que me desperte a atenção do princípio ao fim

 

  7 - Dormir de manhã no silêncio a que tenho direito

 

  8 - Sentir-me livre de obrigações e responsabilidades

 

  9 - Sentir a água do duche com o aroma do gel de banho por tempo indeterminado

 

10 - Sentir os pés na areia, olhar para o mar, nadar e 'fazer golfinhos', tudo com muito sol à mistura e com aquele cheirinho do iodo que faz bem à alma...

 

Faltam aqui alguns, mas não se podem quebrar as regras.

E vou fazer como os meus amigos. Não vou passar o desafio a ninguém. E como alguém disse, 'quem quiser que o leve'!

Levem-no, porque isto dos desafios é mesmo muito giro!

 

por Leonor Teixeira, a Ametista

Bola de Sabão

 

Um sonho que se constrói e se desfaz. E outro nasce.

Um desejo que se conquista e que se perde. E outro surge.

Uma fantasia que se inventa e que escapa. E outra que se cria.

É ser criança até sempre com as cores do imaginário.

O azul é a cor do céu e reflecte-se no mar.

E as palavras dançam pintadas de azul em forma de bola de sabão.

 

 

por Leonor Teixeira, a Ametista

Conversas do destino

Teresa e António eram vendedores de rua e viviam numa caravana, onde criavam peças de artesanato cujo resultado final era perfeito.

De verão, armavam a banca em cada praia do litoral alentejano. No inverno, qualquer cidadezinha do interior era cenário para a venda dos seus trabalhos.

António era alto, moreno e bem constituído, bonito e de olhos claros. Teresa era de uma beleza invulgar, não fossem os seus traços orientais em conjunto com os cabelos longos e olhos negros.
Sempre de bem com a vida, eram dois jovens sonhadores e lutadores.

Descalços e com trajes de linho, caminharam até à praia e sentaram-se na areia naquele fim de tarde soalheiro.

 

- Acreditas no destino, amor da minha vida? - perguntou ela a olhar para o mar.

- Não, meu amor. Acredito que somos nós que traçamos o próprio destino - respondeu ele com ternura.

- Pois eu creio que tudo tem um significado.

- É a vida que nos concede o direito de escolha. Para mim, esse é o significado de estarmos aqui.

- Não acreditas, então, que tudo nos é destinado. Sejam coisas boas ou menos boas.

- Acredito que nós é que escolhemos o caminho para alcançá-las, independentemente se são para o bem ou para o mal.

- Não achas que há uma força superior que nos faz tomar certas e determinadas decisões?

- Não creio. Acredito, sim, que as nossas decisões são fruto do que pensamos e sentimos.

- Mas nem sempre o que sentimos é o que queremos para nós.

- Por isso mesmo temos aquelas fases de turbilhão, onde se misturam os sentimentos, o que queremos e não queremos e o que pensamos que devemos ou não fazer.

- Tens razão, meu querido. Mas eu penso que tudo isso vem por força do destino. É ele que faz com que sigamos por este ou por aquele caminho.

- Aceito a tua opinião e compreendo o teu sentir, mas não estou de acordo. Nós escolhemos a estrada a percorrer, seja certa ou errada.

- Eu respeito a tua forma de pensar, mas... - Teresa hesitou.

- Mas...? Fala, meu amor - António olhou para ela com carinho.

- Acreditas que nos cruzámos por acaso?

- Não por acaso, mas ficámos juntos porque nós quisemos e não por decisão do destino.

- Então se concordas que não foi por acaso, é porque acreditas em algo...

- Acredito em nós e na vida a que nos propusemos.

- Mas a nossa vida a dois foi um salto para uma aventura sem limites...

- Um acaso desmedido e inconsequente, mas com um final feliz.

- Há uma razão muito forte para tudo o que vivemos.

- Essa razão somos nós. Aquela que criámos a dois como se fossemos um só.

- Verdade. O que somos hoje é fruto de tudo o que partilhámos até aqui.

- Tudo o que partilhámos e tudo o que conseguimos construir juntos.

- Mas eu estou a falar de destino.

- E não foi esse o nosso destino? O que construímos para nós? Somos nós, então, a própria força desse destino em que tanto acreditas.

- Acredito plenamente que a nossa passagem por esta vida é uma continuação de outras tantas que já tivemos.

- Engano teu, no meu ponto de vista. A vida é somente e apenas uma.

- Para ti, meu amor.

- Para mim, sim. A teu ver, vivemos noutras épocas e temos mais vidas por viver... - António sorriu.
- Eu creio que quando nos cruzamos com alguém especial, é porque ficou alguma coisa por resolver entre ambos noutros tempos.

- Pura ilusão, a tua.

- Acredito que quando tudo acaba, tudo recomeça...

- Desculpa, amor da minha vida, mas admira a beleza que se nos depara neste momento... - António apontou em direcção ao horizonte.

- Meu amor, é o pôr do sol...

 

 

(Texto fictício escrito para a Fábrica de Histórias)

por Leonor Teixeira, a Ametista

Tudo e Nada

 

Por ti sinto tudo e o que não sei, contigo sinto tudo e sinto nada, sem ti não sinto nada e nada sei, o tudo e o nada são tudo o que não sei e o que te sinto...

Sinto-te através da lua, confidente que me escuta e compreende, que me ajuda a libertar dos meus fantasmas...

Sinto-te através do ribeiro que corre a meus pés, me dá água para matar a sede, aquela que tenho de ti...

Sinto-te através do chão que piso e me faz levitar, aquele que me deixa o teu cheiro para te respirar...

Sinto-te através daquilo que não sei, daquilo que te reconheço e não conheço, daquilo que te quero e te confesso...

Sinto-te e perco as palavras, fico muda. Olho-te e deixo de ver, fico sem luz. Suspiro-te e perco os meus sentidos...

Respiro-te, vivo-te, é o tudo e o nada, é o até sempre sentir-te...

Busco-te no teu lugar, trago-te até aqui, vivo-te por aí...

Guardo-te em cada espaço que te sinto, num sítio qualquer...

Sonho-te e caminho contigo de mãos dadas num compasso acertado...

Sento-me contigo na areia, navego contigo no barco que te inventei, no cenário de um mar que te criei...

Sinto-te e eternizo-me em ti, em tudo e em nada. E neste tudo e nada que não sei e que te sinto, perco-me em ti e perco-te a ti...

 

por Leonor Teixeira, a Ametista

16 Coisas sobre Mim

 

Desta vez, o desafio não me foi lançado por ninguém. Vi-o passar por aí e alguém que não conheço disse 'quem quiser que o leve'. E eu trouxe-o.

E esta brincadeira consiste em contar 16 coisas sobre mim e passá-la a quantas pessoas eu quiser.

 

 

 1

 

 

 

Nasci, cresci e moro no Ribatejo e a minha idade não digo. Posso apenas adiantar que ando pelos intes, intas ou entas. Adivinhem ou calculem!

 

 

 2

 

 

Sou solteira e prefiro ficar assim. O casamento é um passo para o divórcio (com todo o respeito aos casais felizes e aos menos felizes, atenção!). Nada melhor do que namorar!

 

 

 3

 

 

 

O meu sonho profissional era dança contemporânea. Acabei como administrativa num serviço de urgência de uma unidade hospitalar. Por acaso, tem tudo a ver.

 

 

 4

 

 

 

Sou extrovertida, mas às vezes nem por isso. Quando não estou à vontade, só me apetece é fugir!

 

 

 5

 

 

 

Sou altamente despistada e desastrada. Tanto que, quando ando a pé na rua, chego ao ponto de conseguir 'abraçar' os postes de electricidade e os sinais de trânsito!

 

 

 6

 

 

 

Sou magra, mas posso comer de tudo que não engordo. As pessoas têm a mania de me dizer 'ai, estás tão magra', frase que me põe os cabelos em pé!

 

 

 7

 

 

 

Sou doida por carne de porco à alentejana e não resisto a amendoins com tremoços. A junção dos dois sabores é fantástica! E com uma cervejinha, melhor ainda!

 

 

 8

 

 

 

A injustiça pôe-me 'doente'. Se pudesse, dava um murro na mesa e gritava em voz bem alta: Faça-se justiça! Depois, mudava o mundo.

 

 

 9

 

 

 

A presença de pessoas hipócritas, intriguistas e alcoviteiras dá-me volta ao estômago. Gente desta natureza devia ser banida da sociedade.

 

 

 10

 

 

 

Sou responsável e dedicada ao meu trabalho, mas dava tudo para sair daquele 'caixote' e trabalhar ao ar livre.

 

 

11

 

 

 

Todos os dias espalho incenso Nag Champa pela casa. Um aroma tradicional maravilhoso, que acaba com aquele cheirinho horroroso a tabaco que fica no ar. Mas continuo a fumar!

 

 

12

 

 

 

Adoro conduzir com a música em altos berros e cantar ao mesmo tempo. Mas passo-me dos carretos quando me aparece à frente uma abécula a conduzir a dez à hora!

 

 

13

 

 

 

Não consigo suportar hipermercados. Ir às compras, para mim, é um suplício e ficar tempos infindos na fila para pagar deixa-me 'desvairada'!

 

 

14

 

 

 

Não vivo sem escrever e sem ouvir música. Tenho uma aparelhagem na sala, outra no quarto, um rádio pequeno na cozinha e mais um na casa de banho. É normal?

 

 

 15

 

 

 

Sou louca por café. Ofereci uma máquina a mim mesma no natal, porque estava a ficar farta do sabor 'superficial' do café delta em saquetas e, ainda por cima, de microondas.

 

 

16

 

 

 

Continuo a ser criança, já lá diz a minha mãe. E a eterna romântica incurável, já lá diz a minha irmâ.

E tenho dito. Achei que 16 eram muitas coisas, mas não. Quem aceitar este desafio, pode ficar-se apenas pelas 6.

Vou, então, lançá-lo aos amigos que se seguem:

 

 

ónix

sonoesonho

José A

ninana

 

 

Vá lá, revelem-se!

 

 

por Leonor Teixeira, a Ametista

Iupi! A Ónix gosta mesmo deste blog!

 

A minha muito querida amiga Ónix ofereceu-me esta prendinha tão deliciosa, que fiquei com a lagrimita no olho. Agradeço à minha maior amiga este mimo, que é muito mais do que um gesto de carinho. Obrigada por gostares mesmo do meu blog.

 

 

E porque existem pessoas especiais e blogs que eu gosto mesmo muito, vou dedicar este mimo a três espaços que visito sempre:

 

Livre Tango

 

O blog do meu muito querido sonoesonho, o amigo mais especial que tenho na blogosfera e que está na minha alma. Tem estado ausente por motivos de saúde, por isso aproveito para lhe desejar rápidas melhoras. Volta depressa, segredo... Fazes falta por aqui...

 

Pensando Bem

 

O blog do meu amigo José A, que me faz rir e sorrir e tem sempre uma palavra amiga para deixar, com muitos elogios à mistura. José, já sabes que o que te posso dizer é obrigada.

 

o blog da ninana

 

O blog da minha amiguinha ninana, pessoa em quem acredito desde que nos conhecemos e que merece toda a sorte do mundo. Ninana, és uma querida com letra grande!

 

 

por Leonor Teixeira, a Ametista

Sem pés, nem cabeça

Era um namoro que vinha de há longo tempo. Ele, sedutor e impulsivo. Ela, bem sucedida na vida e possessiva. Um dia, ela foi-lhe infiel com um amigo comum e a relação acabou ali, depois de uma cena de pancadaria entre os dois rapazes no café da praça central da cidade.

No tempo em que estiveram separados o descontrole dele era excessivo, tendo por hábito juntar-se aos amigos para conviver e beber uns copos e cuja consequência era meter-se em sarilhos. Tê-la perdido era presença constante no seu subconsciente e, sob o efeito do álcool, tornava-se rancoroso e bastante violento atacando tudo e todos os que se lhe dirigissem, fosse de que forma fosse.

À parte disso, era um excelente amigo, óptimo conversador e bastante divertido. Apesar de tudo, tomava consciência das suas atitudes nefastas tanto que, no dia a seguir aos desacatos cometidos, tinha sempre a preocupação de pedir desculpa às 'vítimas' das suas atitudes violentas.

No fim de várias imprudências por parte dele voltaram a juntar-se, quão grande era o que sentiam um pelo o outro. Mas depois da reconciliação, era rara a ocasião em que não discutissem através de palavras ofensivas. No café, no restaurante, na discoteca, fosse onde fosse, estivesse quem estivesse. No início de uma noite com os amigos tudo corria na perfeição, mas a partir do momento em que ele não largava o copo ou a garrafa, ela dava início às suas teorias repetindo sempre as mesmas frases até ele ficar insano. Interiorizava as contendas e perdia a cabeça, desaparecendo pela noite dentro até de manhã e envolvendo-se em actos de desvario.

Ela, sempre determinada, aparentava perante os amigos que as coisas iam de vento em popa, desempenhando na perfeição o papel de namorada compreensiva, mas sempre possessiva. Ele, eterno conquistador de corações alheios mas 'dedicado à sua amada', era-lhe infiel sempre que surgia uma oportunidade. Sentia, no entanto, arrependimento no dia seguinte à infidelidade cometida.

Um dia, decidiram juntar os amigos e comunicar que iam viver juntos. Eis que surgiu a decisão de ela deixar a casa dos pais e juntar-se ao homem da sua vida. Ele, habituado a ter o seu espaço e sempre boémio ao longo da sua vida, iniciou uma fase de 'homem da casa' submetido às 'ordens' da namorada. Porque, como ela própria confessou aos amigos, as tarefas domésticas não são propriamente o seu forte, por isso há que 'dividir tarefas' e, enquanto ela trabalha até altas horas da noite em diversas cidades do país, ele 'põe a casa em ordem'.

Apesar de toda esta estranha forma de viver a dois, ele sempre nutriu por ela um sentimento de apego total, doentio até, sentindo-se altamente dependente do seu amor. Ela não vive sem ele, mesmo tendo noção de que a relação que mantêm até hoje é tudo menos saudável.

 

Que amor é este, afinal, em que estão presentes a infidelidade, a discórdia, o contrasenso, a falta de confiança, a possessão, a submissão, a violência verbal e tudo o que não pode existir numa relação? Será amor o que sentem um pelo outro?

Se for é, sem dúvida, um amor sem pés nem cabeça.

 

 

(Texto fictício escrito para a Fábrica de Histórias)

por Leonor Teixeira, a Ametista

Pág. 1/2

por: Leonor T, a Ametista

img1514942427922(1).jpgo outro lado do sótão

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