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O meu sótão é cor de rosa

Às vezes, de noite, subo ao telhado do sótão, sento-me a ver as luzes da cidade e o frenesim do fim dos dias e penso que gostava de ficar ali para sempre. O meu sótão é cor de rosa. Leonor Teixeira, a Ametista

O meu sótão é cor de rosa

Às vezes, de noite, subo ao telhado do sótão, sento-me a ver as luzes da cidade e o frenesim do fim dos dias e penso que gostava de ficar ali para sempre. O meu sótão é cor de rosa. Leonor Teixeira, a Ametista

Queres saber uma coisa?

(Palavras para uma imagem)

 

Queres saber uma coisa?

Queria pintar de arco íris a nossa infância. Vens comigo?

Vamos pincelar de azul o cinzento dos dias e transformar os pingos da chuva em gotas de prata.

Consegues avistar a floresta lá ao longe? Está pintada de verde e se subirmos à cabana feita de madeira que está na árvore que é só nossa conseguimos, lá do alto, sentir o cinzento das nuvens transformar-se em rosa e podemos ver pedaços de um sol que se retira para adormecer. Os pássaros estão escondidos pelo medo do tempo. Vamos ao seu encontro e pedir-lhes que nos ensinem a voar?

Sabes uma coisa? Gosto de estar aqui contigo. Tu, que tens os traços tão diferentes dos meus e que, ao mesmo tempo, és tão igual a mim.

Vamos lançar ao vento o guarda-chuva que nos ampara, tirar os chinelos dos pés e saltitar descalços por esta terra molhada que nos oferece um cheiro doce e alimenta os nossos sentidos?

Vens comigo sentir a chuva cair sobre a nossa pele? Parece água morna que vem do céu e nos ajuda a chapinhar nas poças do caminho que nos leva ao esconderijo que nos espera. De lá, conseguimos admirar o verde da erva que enfeita a berma da estrada.

Sabes? Aqui, não tenho frio e contigo não me sinto só. Um dia, encontrámo-nos e conhecemo-nos. Agora, damos as mãos todos os dias e brincamos juntos. Sabes que, à noitinha, consigo ver a lua espreitar por entre as nuvens que pintam o céu de branco? Não sentes o mesmo?

Aqui, neste lugar onde vivemos, misturam-se pedaços de cada ponto do mundo. Aqui, não existem diferenças, não há medos. Aqui, sente-se um cheiro a liberdade.

Queres saber uma coisa? A nossa cor de pele é tão diferente, mas as nossas almas são tão semelhantes. São cristalinas.

 

 

(Texto escrito para a Fábrica de Histórias)

por Leonor Teixeira, a Ametista

Perguntas sem resposta ou o Mistério da Vida

 

Tantas vezes gostaríamos de voltar atrás e trazer os tempos de outrora connosco, mas não podemos mudar o curso da vida. Insistimos em voltar ao passado, porque nos é difícil interiorizar que não conseguimos voltar a viver o que não se repete nem podemos alterar o que gostaríamos que tivesse sido diferente. Porque, efectivamente, existem coisas impossíveis e essa é uma delas.

Mas, por vezes, os nossos sentidos estão acima da prudência e mergulhamos num turbilhão de emoções difíceis de conter. Rumamos em direcção ao que não queremos para nós, porque o que nos invade é o medo de que o amanhã não exista. Neste caso, é preferível parar do que dar um salto para o desconhecido.

É querermos viver o momento e desejarmos que o tempo pare a todo o custo, não importa se é certo ou errado, tamanha é a entrega. O relógio continua no seu compasso apressado, mas o mundo lá fora deixa de existir. Porque é nessa prisão que se liberta um coração e o resto não interessa.

E queremos que tudo volte a acontecer para vivermos os mesmos sentidos, da mesma forma. É a intensidade dos momentos que nos marcam para sempre e deixam saudade. E tudo se repete na nossa memória, porque agora já não estamos no mesmo lugar. Mas, tantas vezes, voltamos lá para (re)viver tudo outra vez.

Queríamos nós que a razão falasse mais alto, mas ainda há corações que continuam a bater acelerada e descompassadamente. Gostaríamos que eles batessem de uma forma regular, mas quem consegue controlar sentimentos mais fortes?

Não falo apenas de amor, mas também de amizades, afinidades. Falo de perdas, de ilusões, esperanças e desilusões num universo de almas que se vão cruzando ao longo dos tempos. E de uma estranha forma vemos os anos correr, sentimos o tempo escassear. O passado deixa de ser o ontem, o presente já não é o hoje e o futuro faz parte dos dias que não temos a certeza se vão chegar. Dizemos adeus a quem viaja para parte incerta sem sabermos se vai voltar, há palavras que deixamos por dizer a quem partiu sem deixar rasto. Ouvimos notícias menos boas de quem já não está por perto, observamos pessoas lutarem contra uma doença que surgiu sem avisar, outras que desistem de viver a cada dia. Assistimos a vidas que se extinguem, umas por tragédias incompreensíveis outras, dizem, pela lei que a natureza obriga. E perguntamo-nos porquê.

Posso dizer que vou andando, passo a passo, por esta ponte que me deixa admirar um rio que é sereno porque, por enquanto, a vida me permite fazê-lo. E continuo a sonhar e a tentar acreditar num amanhã melhor e, mesmo sabendo que muitos desejos não passam de utopia pura, prossigo nesta minha luta imaginária. Não sei se ainda me encontro a meio da ponte, mas vou tentar seguir para a outra margem o mais rápido que puder. Tenho de conseguir. Preciso urgentemente de mergulhar nas águas de um rio que transborda de esperança.

Os porquês e as dúvidas, as incertezas que me acompanham nas horas e a resposta que teima em não surgir. E fico assim, sem perceber a razão dos encontros e desencontros, das almas que se ausentam, da espera por um regresso que não chega, das vidas que se perdem, das esperanças que vão morrendo pouco a pouco. E tudo se mantém, neste ponto de interrogação.

Acredito que as coisas não acontecem por acaso e sinto que o que ficar por resolver nesta vida, resolver-se-á noutro lugar. Porque tem de haver uma resposta, tem de existir uma explicação para este mistério.

Há tanto para dizer, tantas ideias que divergem, opiniões discordantes e, ao mesmo tempo, tantas palavras que se trocam na mais perfeita harmonia. Mas a realidade é esta, a que vivemos, longe ou perto de um passado que não se repete e de um futuro incerto. Para quando a resposta a tudo o que não conhecemos e não sabemos nem conseguimos compreender?

Um dia, talvez...? Cabe ao destino decidir.

 

por Leonor Teixeira, a Ametista

2.º aniversário do Danças em Silêncio

 

 

Faz hoje dois aninhos que criei este blog em sequência do meu outro, Asas Perdidas, que se encontra em stand by há muito tempo.

Não estou aqui para dar os parabéns a mim mesma, mas para agradecer as amizades construídas neste mundo blogosférico. Estar aqui tem sido deveras gratificante.

Foi muito mais do que criar cento e quinze posts e ter mais de mil comentários. Foi o conhecer pessoas novas que, sem a existência de presença física, se envolveram num sentimento grandioso.

No início, tudo era novo e desconhecido. Não havia visitas, não se conhecia ninguém mas ía-se espreitando um ou outro espaço e, com o passar do tempo, foram chegando autores de mundos fantásticos. Entrámos nos cantinhos uns dos outros, devagarinho e sem abusar, fomo-nos conhecendo através das palavras e criando laços de ternura invulgares. Hoje podemos dizer que há aqueles que fazem já parte da nossa vida.

É com muita honra que escrevo no sapo, aquele batráquio que nos deixa entrar e nos dá liberdade para escrever, criar. Por diversas vezes mudei o rosto ao blog, alterei os templates, as cores, os componentes, os títulos e as descrições. Dei um nome a mim própria, alterei o pseudónimo uma ou outra vez e, finalmente, decidi-me por ficar mesmo assim. A Ametista do Danças em Silêncio. Curioso é que ontem voltei a mudar o template e digo-vos que alterarei as vezes que forem necessárias. Porque é sempre bom mudar, quantas vezes nos apetecer.

Neste nosso mundo tenho conhecido blogs indescritíveis, formas de escrita envolventes e outros tipos de arte simplesmente fenomenais. Aqui cruzam-se emoções, misturam-se lágrimas, risos e sorrisos. Partilham-se alegrias, tristezas, abrem-se corações e unem-se almas. Por aqui também existem verdadeiros construtores de sonhos, onde podemos escrever até onde a nossa imaginação nos levar. Aqui publicam-se livros, concretizam-se sonhos.

Um dia este cantinho chamou-se Aqui Sou Feliz. Acreditem que o fui e hoje posso dizer que continuo a sê-lo. E não me canso de repetir que sou mesmo feliz aqui convosco!

 

Obrigada a todos.

 

por Leonor Teixeira, a Ametista

por: Leonor T, a Ametista

img1514942427922(1).jpgo outro lado do sótão

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comentários arrecadados

  • Ametista

    Querido Cúmplice, Obrigada por passares pelo meu s...

  • cumplicedotempo

    De acordo com tudo o que disseste, e mais encantad...

  • Ametista

    Querida Green,Obrigada por passares por aqui.. É s...

  • green.eyes

    Querida Leonor,É sempre um prazer ler um texto teu...

  • Ametista

    Obrigada.. desculpe o tardio da resposta. Sabe? Já...

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