Vazio de Nós...?
13 de Julho de 2010. 18,55h.
Perco-te nas horas, há um vazio que me deixas. Partes num silêncio absoluto, deixas-me na ausência que me trazes para ficar.
O tempo ensina-me a cada hora dos meus dias que não há nada para nós para além do vazio que me confias.
Fiquemos, então, assim. Não há espaço para nós dois no mesmo mundo. Só a distância nos é permitida, tão perto que estamos um do outro, tão longe que nos encontramos, afinal.
Invento-te neste mistério que nos impõe um muro intransponível que sinto, oh se sinto, jamais será derrubado.
Quero decifrar este enleio de dúvidas que me cegam.
O tempo não nos pertence, não a nós. Fica o que restou, utopia incontornável, viagem sem regresso que se dá, turbilhão de emoções em mim contidas.
Eu sou o sol e a lua que se beijam, o céu e o mar que se tocam num fim de tarde pintado de mil cores. Tu és, não sei, o cinzento dos dias que me cercam, a chuva a cair numa noite fria.
A minha alma está vazia. Mas continuo a amar-te. Sim, amo-te perdidamente, não tenho medo de o confessar. Consegues ouvir-me?
4 de Agosto de 2010. 01,45h.
Hoje, ouvi a tua voz. Tive vontade de ir ao teu encontro, abraçar-te, pedir-te para ficar.
Queres voar comigo? Voar para lá do vento, entre o sonho e o que ficou por inventar? Queres descobrir comigo as cores do arco íris e pintar as nossas vidas de aguarela?
Ficaria tudo tão suave, as nossas almas sentiriam a liberdade que nos foi proibida.
E aí, no mundo por nós construído, tão belo quanto a natureza que nos envolve, poderíamos atingir a plenitude de uma felicidade impossível de alcançar.