Às vezes, de noite, subo ao telhado do sótão, sento-me a ver as luzes da cidade e o frenesim do fim dos dias e penso que gostava de ficar ali para sempre. O meu sótão é cor de rosa. Leonor Teixeira, a Ametista
Às vezes, de noite, subo ao telhado do sótão, sento-me a ver as luzes da cidade e o frenesim do fim dos dias e penso que gostava de ficar ali para sempre. O meu sótão é cor de rosa. Leonor Teixeira, a Ametista
Não fumo há dezoito dias e sinto uma calmaria estranha. Se bem que nas últimas semanas a minha saúde anda um tanto ou quanto debilitada e eu preciso mesmo de respirar, para contrariar o diabo que anda atrás de mim.
Em contrapartida, estou apavorada com o facto de ir fazer uma biopsia daqui a uns dias e programar a cirurgia para o mais breve possível. No entanto, aparento uma serenidade invulgar, acompanhada de uma tristeza singular que começa a ser notória e eu não queria.
Que fazer? Acreditar que vai correr tudo bem, apesar do pessimismo e o medo estarem a tomar conta de mim.
E adianta alguma coisa este pavor? Não.
Queria adormecer hoje e acordar em dois mil e treze com o problema resolvido.
Há cinco anos criei este blog e, quando fez dois anos, escrevi um texto que agora vos deixo porque o sentimento é o mesmo senão maior.
Não estou aqui para dar os parabéns a mim mesma, mas para agradecer as amizades construídas neste mundo blogosférico. Estar aqui tem sido deveras gratificante.
Foi muito mais do que criar duzentos posts e ter mais de dois mil comentários. Foi o conhecer pessoas novas que, sem a existência de presença física, se envolveram num sentimento grandioso.
No início, tudo era novo e desconhecido. Não havia visitas, não se conhecia ninguém mas ia-se espreitando um ou outro espaço e, com o passar do tempo, foram chegando autores de mundos fantásticos. Entrámos nos cantinhos uns dos outros, devagarinho e sem abusar, fomo-nos conhecendo através das palavras e criando laços de ternura invulgares. Hoje podemos dizer que há aqueles que fazem já parte da nossa vida.
É com muita honra que escrevo no sapo, aquele batráquio que nos deixa entrar e nos dá liberdade para escrever, criar. Por diversas vezes mudei o rosto ao blog, alterei os templates, as cores, os componentes, os títulos e as descrições. Dei um nome a mim própria, alterei o pseudónimo uma ou outra vez e, por último, mudei de endereço.
Neste nosso mundo tenho conhecido blogs indescritíveis, formas de escrita envolventes e outros tipos de arte simplesmente fenomenais. Aqui cruzam-se emoções, misturam-se lágrimas, risos e sorrisos. Partilham-se alegrias, tristezas, abrem-se corações e unem-se almas. Por aqui também existem verdadeiros construtores de sonhos, através dos quais podemos escrever até onde a nossa imaginação nos levar. Aqui publicam-se livros, concretizam-se sonhos.
Um dia este cantinho chamou-se Aqui Sou Feliz. Acreditem que o fui e hoje posso dizer que continuo a sê-lo, apesar dos períodos de ausência.