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O meu sótão é cor de rosa

Às vezes, de noite, subo ao telhado do sótão, sento-me a ver as luzes da cidade e o frenesim do fim dos dias e penso que gostava de ficar ali para sempre. O meu sótão é cor de rosa. Leonor Teixeira, a Ametista

O meu sótão é cor de rosa

Às vezes, de noite, subo ao telhado do sótão, sento-me a ver as luzes da cidade e o frenesim do fim dos dias e penso que gostava de ficar ali para sempre. O meu sótão é cor de rosa. Leonor Teixeira, a Ametista

Cenário sombrio

 

 

Não sabem.

Não sabem o vazio das madrugadas. Não sabem da solidão desse vazio, que a transporta a um imaginário incomparável, a conduz aos cenários mais umbrosos onde a luz entra, desmaiada, por entre os ramos mais altos das sequóias.

Ela e os lugares fantasmagóricos, ela e as sombras.

Aprendeu a gostar desse vazio, do que a acompanha nas brumas, cheira-lhe a silêncio e a memórias, sabe-lhe a incenso e a velas.

Não sabem.

Não sabem da solidão que vem do vazio, não sabem do silêncio que chega, sereno.

Não sabem. Ninguém sabe.

Dêem-lhe folhas brancas e lápis de carvão. Dêem-lhe liberdade para lançar palavras, as suas, ao barco de papel que ondula, envolto em cisnes, num lago de névoas densas.

Deixem-na desenhar esse cenário e pintá-lo com as cores da sua alma.

 

 

imagem retirada de: google imagens

por Leonor Teixeira, a Ametista

No Estendal da Maria

De volta ao trabalho há três dias. Palavras para quê? Haja saúde.

 

 

Fui buscar esta imagem ao Estendal da Maria, blog criado em 2009 por Maria das Quimeras - agora Diana V. - que convidou, para estenderem roupa na corda, a Marta - apelidada de Sonhandoaosquarenta e agora irreverênciasnofeminino -, a Ametista - eu mesma e agora Leonor - e o nosso querido Cúmplice do tempo, sempre fiel ao seu pseudónimo.

Para esta parceria existir, houve regras a cumprir que foram as seguintes:

 

. Obrigatório infringirmos todas as regras

. Divertirmo-nos sempre

. 'Lavarmos a roupa suja' quando preciso

. Partirmos a loiça se necessário

 

Não resisti a deixar aqui o link de um dos textos publicados nesse ano e escrito por mim, ex-Ametista. Porque há uma necessidade urgente de nos rirmos atrevi-me a fazer este post, mesmo não tendo a certeza se irá rasgar sorrisos e porque penso que não podemos viver apenas com a terrível sensação de estarmos a afundar-nos no país lamacento em que subsistimos.

Ora aí está o texto:

 

http://noestendaldamaria.blogs.sapo.pt/6832.html

 

Já me ri até às lágrimas com todos os posts da malta lá do estendal, com a alegria que cada um deles comportava ou ainda comporta para além dos comentários, dignos de serem lidos.

Tudo isto para dizer que devemos rir, rir muito, brincar e esquecer, por todo e qualquer momento, a crise deplorável que invadiu as nossas vidas. Temos de fazer com que as alegrias possam ser possíveis.

Pessoal do estendal, bora pôr molas na roupa?

 

Beijinhos a todos com uma enorme saudade da camaradagem existente na altura e das nossas gargalhadas infindáveis.

por Leonor Teixeira, a Ametista

Baloiço, tu que balanças ao vento sem mim...

 

 

... já não sei amar.

 

Perdi essa enorme capacidade, deslizou por entre os meus dedos sedentos de amor, ano após ano.

Sinto uma rocha no lugar do coração e nem sequer me importo. Eu, que amei toda a vida, que viver sem palpitações não era viver mas morrer devagar ou, simplesmente, existir. Eu, que sofria até à angústia mais profunda, num silêncio tão maior, por um amor não correspondido. Estava viva.

Já não me entristecem os desencontros, já não choro. Já nem sei o sabor de uma lágrima que cai pelo rosto até ao queixo trémulo, deixando para trás os lábios mudos.

Pego num cálice de vinho tinto, que não gosto, e brindo ao vazio do baloiço de jardim onde, vezes sem fim, oscilei. Brindo às histórias que lhe inventei e que secretamente lhe contei em serenos balanços, intermináveis.

Já nada nos une, a mim e ao baloiço. Nem as palavras, pois já nem sei ler, já não sei escrever.

Já não sei amar nem sinto nada.

Deixei de ser eu. Quem ficou no meu lugar, que não conheço, sem pulsar, sem escrever, sem baloiçar?

 

Baloiço, tu que balanças ao vento sem mim, esperas que volte para me contares os segredos que guardaste e eu esqueci?

 

 

 

imagem retirada de: google imagens

por Leonor Teixeira, a Ametista

por: Leonor T, a Ametista

img1514942427922(1).jpgo outro lado do sótão

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ametistaleonor

ametistaleonor

não copie ou altere; respeite os direitos de autor

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comentários arrecadados

  • Ametista

    Querido Cúmplice, Obrigada por passares pelo meu s...

  • cumplicedotempo

    De acordo com tudo o que disseste, e mais encantad...

  • Ametista

    Querida Green,Obrigada por passares por aqui.. É s...

  • green.eyes

    Querida Leonor,É sempre um prazer ler um texto teu...

  • Ametista

    Obrigada.. desculpe o tardio da resposta. Sabe? Já...

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