Às vezes, de noite, subo ao telhado do sótão, sento-me a ver as luzes da cidade e o frenesim do fim dos dias e penso que gostava de ficar ali para sempre. O meu sótão é cor de rosa. Leonor Teixeira, a Ametista
Às vezes, de noite, subo ao telhado do sótão, sento-me a ver as luzes da cidade e o frenesim do fim dos dias e penso que gostava de ficar ali para sempre. O meu sótão é cor de rosa. Leonor Teixeira, a Ametista
Ontem, ao ver-me chegar, a minha avó rasgou um sorriso e, no seu olhar azul celeste, perguntou-me: - Ó meu amor, casas comigo? E eu respondi: - Sim, minha querida... Depois, a minha alma chorou...
Desde esse dia, não voltei a ver o seu sorriso nem o brilho do olhar, aquele da cor do céu. Apenas um sono sereno numa cama de hospital...
Estive a fazer um 'rewind' das últimas semanas (ou das últimas décadas) e pensei: Atingi a felicidade na sua plenitude. Concretizei um sonho que pensava inatingível. Mas há algo que me detém. É a saudade imensa de estar perto de quem fez e faz parte da minha vida, de quem entrou e permaneceu, de quem chegou e saiu de rompante dos meus dias e, essencialmente, de quem precisa de agarrá-la - a vida - com todas as suas forças. A ausência e a distância são terríveis, se bem que colmatadas por gestos de carinho e palavras de apreço que surgem docemente. Há pessoas que estão na minha alma e sempre estarão. Como eu costumo dizer: sempre e até sempre. Penso que sabem quem são.
P.S. Hoje há uma sensibilidade desmedida a morar dentro de mim.