Tudo e Nada
Por ti sinto tudo e o que não sei,
contigo sinto tudo e sinto nada,
sem ti não sinto nada e nada sei,
o tudo e o nada são tudo o que não sei
e o que te sinto...
Sinto-te através da lua,
confidente que me escuta e compreende,
que me ajuda a libertar dos meus fantasmas...
Sinto-te através do ribeiro que corre a meus pés,
me dá água para matar a sede,
aquela que tenho de ti...
Sinto-te através do chão que piso e me faz levitar,
aquele que me deixa o teu cheiro
para te respirar...
Sinto-te através daquilo que não sei,
daquilo que te reconheço e não conheço,
daquilo que te quero e te confesso...
Sinto-te e perco as palavras, fico muda,
olho-te e deixo de ver, fico sem luz,
suspiro-te e perco os meus sentidos...
Respiro-te, vivo-te, é o tudo e o nada,
é o até sempre sentir-te...
Busco-te no teu lugar,
trago-te até aqui, vivo-te por aí...
Guardo-te em cada espaço que te sinto,
num sítio qualquer...
Sonho-te e caminho contigo
de mãos dadas num compasso acertado...
Sento-me contigo na areia,
navego contigo no barco que te inventei,
no cenário de um mar que te criei...
Sinto-te e eternizo-me em ti, em tudo e em nada,
E neste tudo e nada que não sei e que te sinto,
perco-me em ti e perco-te a ti...
(Poema escrito em 16 de Fevereiro de 2009) in Asas Perdidas