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O meu sótão é cor de rosa

Às vezes, de noite, subo ao telhado do sótão, sento-me a ver as luzes da cidade e o frenesim do fim dos dias e penso que gostava de ficar ali para sempre. O meu sótão é cor de rosa. Leonor Teixeira, a Ametista

O meu sótão é cor de rosa

Às vezes, de noite, subo ao telhado do sótão, sento-me a ver as luzes da cidade e o frenesim do fim dos dias e penso que gostava de ficar ali para sempre. O meu sótão é cor de rosa. Leonor Teixeira, a Ametista

Dos sonhos

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(Imagem retirada de: google imagens)

 

- Não desistas dos teus sonhos. Corre atrás deles até não poderes mais. Nunca te acomodes só porque a vida te tornou confortável. Assim, um dia vais chorar por um aconchego que não te oferece a felicidade que tanto anseias. Preferível ser feliz mesmo sem conforto do que amparada mas amargurada.

- Sim, mãe. Tens razão. Mas haverá razão para eu sonhar, se a vida é tão frágil e o mundo me parece tão pequeno? Onde caberei eu e todos os meus sonhos?  Mãe, haverá lugar para mim no universo?

- Lugar há, minha querida. Não sei é se conseguirás, um dia, reclamá-lo como sendo teu.

por Leonor Teixeira, a Ametista

Parar o tempo

Se eu pudesse parar o tempo pararia num dia primaveril soalheiro, onde os sorrisos de família entravam pelo alpendre com o chilrear dos pássaros nas manhãs e o cheiro a flor de laranjeira.

Se eu pudesse voltar atrás, bem lá longe nos anos, voltaria num fim de tarde de Verão para buscar as alegrias de criança na roupa suja acabada de brincar.

Se eu pudesse, ai se eu pudesse voltaria aos dias de teatro nos quintais, às partidas no sótão cor de rosa e às escondidas no olival para lá dos canteiros.

por Leonor Teixeira, a Ametista

Queres saber uma coisa?

(Palavras para uma imagem)

 

Queres saber uma coisa?

Queria pintar de arco íris a nossa infância. Vens comigo?

Vamos pincelar de azul o cinzento dos dias e transformar os pingos da chuva em gotas de prata.

Consegues avistar a floresta lá ao longe? Está pintada de verde e se subirmos à cabana feita de madeira que está na árvore que é só nossa conseguimos, lá do alto, sentir o cinzento das nuvens transformar-se em rosa e podemos ver pedaços de um sol que se retira para adormecer. Os pássaros estão escondidos pelo medo do tempo. Vamos ao seu encontro e pedir-lhes que nos ensinem a voar?

Sabes uma coisa? Gosto de estar aqui contigo. Tu, que tens os traços tão diferentes dos meus e que, ao mesmo tempo, és tão igual a mim.

Vamos lançar ao vento o guarda-chuva que nos ampara, tirar os chinelos dos pés e saltitar descalços por esta terra molhada que nos oferece um cheiro doce e alimenta os nossos sentidos?

Vens comigo sentir a chuva cair sobre a nossa pele? Parece água morna que vem do céu e nos ajuda a chapinhar nas poças do caminho que nos leva ao esconderijo que nos espera. De lá, conseguimos admirar o verde da erva que enfeita a berma da estrada.

Sabes? Aqui, não tenho frio e contigo não me sinto só. Um dia, encontrámo-nos e conhecemo-nos. Agora, damos as mãos todos os dias e brincamos juntos. Sabes que, à noitinha, consigo ver a lua espreitar por entre as nuvens que pintam o céu de branco? Não sentes o mesmo?

Aqui, neste lugar onde vivemos, misturam-se pedaços de cada ponto do mundo. Aqui, não existem diferenças, não há medos. Aqui, sente-se um cheiro a liberdade.

Queres saber uma coisa? A nossa cor de pele é tão diferente, mas as nossas almas são tão semelhantes. São cristalinas.

 

 

(Texto escrito para a Fábrica de Histórias)

por Leonor Teixeira, a Ametista

Infância, que Saudades!

 

São tantas as saudades da minha infância...

Quando brincava com as minhas irmãs no quintal da minha mãe...

Até de ver as lagartixas passarem rente aos canteiros eu sinto saudades.

De me pendurar na nespereira (que já não existe) do quintal de cima e comer as laranjas e as tangerinas saborosas das árvores que ainda hoje estão lá.

Que saudades de me escapar para o olival acima do nosso quintal!

Trepar pela figueira que dava acesso à 'nossa pequena floresta' e esconder-me entre as árvores quando a minha mãe e a minha avó chamavam

por mim.

Que saudades do 'meu bosque'...

Saudades de saltar ao muro de acesso à casa do meu vizinho para jogarmos à apanhada.

De tantas vezes saltar, cheguei a partir a cabeça.

Saudades das peças de teatro que eu e as minhas manas inventávamos com as nossas vizinhas. A representação era no quintal e eu era sempre o gato, claro.

É o que faz ser a irmã mais nova.  

Brincámos tanto no sótão das vizinhas às escondidas.

Saudades de saltar à corda e jogar ao elástico e à tardinha jogar ao monopólio e ao jogo das palavras (quando já éramos mais crescidinhas).

Saudades dos gatinhos que tivemos.

O quanto chorámos quando partiram...

Saudades das portas de casa abertas e de ir a pé para a escola sem medo.

Saudades do cheirinho da flor de laranjeira na Primavera...

Que saudades da inocência...

Que saudades de brincar...

 

 

por Leonor Teixeira, a Ametista

por: Leonor T, a Ametista

img1514942427922(1).jpgo outro lado do sótão

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comentários arrecadados

  • Ametista

    Querido Cúmplice, Obrigada por passares pelo meu s...

  • cumplicedotempo

    De acordo com tudo o que disseste, e mais encantad...

  • Ametista

    Querida Green,Obrigada por passares por aqui.. É s...

  • green.eyes

    Querida Leonor,É sempre um prazer ler um texto teu...

  • Ametista

    Obrigada.. desculpe o tardio da resposta. Sabe? Já...

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