Do meu livro
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(crédito de imagem: Nico Niemi em Pinterest)
Querida bruxinha,
Sou uma menina pobre, sem pai nem mãe, e não acredito no pai natal. Cresci com a vizinhança que me adoptou, quando perdi aqueles que me puseram no mundo, mas com a certeza de que um dia alguma arte mágica nos ofereceria dias melhores.
Estou a escrever-te esta carta com um lápis partido e por afiar, num guardanapo de papel amarrotado que encontrei sobre a mesa da cozinha, no meio dos pratos vazios que esperam pelo pão da manhã e dos copos com água do rio para cada saciar de sede.
Posso dizer-te, no entanto, que sou feliz quando brinco com as outras crianças do bairro. Jogamos à apanhada, à cabra-cega e cantamos numa roda viva de mãos dadas. Acredito, também, que neste nosso mundo de carência o amor está sempre presente e a amizade é sentimento que não morre.
Um dia falaram-me de ti. Disseram-me que vives no meio do arvoredo de um bosque onde todos têm medo de entrar, numa casinha feita de canas de madeira com móveis de verga. Contaram-me que tens um caldeirão de barro a um canto da sala e, junto à janela que te inspira nas noites de luar, guardas uma vassoura, um chapéu de bico preto, um baú com poções mágicas e uma abóbora. Sabes? Disseram-me que sabes voar.
Desde então, criei uma fantasia sobre ti e acredito que, depois do bater das doze badaladas no relógio da torre da igreja e quando a aldeia dorme, te entregas aos teus feitiços mais secretos. Depois, pões dentro de um saco de pano molhos de desejos, aqueles que vais conceder, saltas para a tua vassoura até levantares voo, tocas o céu com os dedos a sorrir e espalhas sobre os telhados dos bairros sem abrigo pozinhos de bondade misturada com pedaços de sonhos para realizar.
Queria pedir-te dois desejos. O primeiro, que me tragas um livro, apenas um, sobre histórias de encantar. Pode ser? Gostava tanto de entrar no universo dos contos coloridos, onde há castelos e florestas verde esperança, príncipes que salvam belas adormecidas e em que há sempre um final feliz. O outro desejo, que é demasiado grande, é pedir-te que me leves a ver o mar. Dizem que é azul e imenso e que chora a cantar nas madrugadas. Sei que tem ondas de espuma branca que abraçam a areia num vaivém sem fim. É verdade que o mar tem sabor a sal?
Dizem os mal-aventurados que as bruxas são más e os seus truques perversos mas, desde que ouvi o teu nome pela primeira vez, senti que as tuas artes de feiticeira são para conceder os desejos das crianças que não sabem o valor das coisas belas. Tenho uma amiguinha que partilha deste meu segredo e, tal como eu, acredita em ti.
Preferia chamar-te fada, condiz mais contigo porque falam que, por detrás dessa capa preta e debaixo do chapéu que te disfarçam, está um corpo com pele de seda, branco e frágil, e um rosto formoso como o de uma princesa. Gostava tanto de te conhecer um dia, entrar no teu mundo de magia e saltitar na tua vassoura pelo bosque.
Fada-bruxa, posso pedir-te só mais um desejo? Ensinas-me a voar?
Da menina que não acredita no pai natal mas crê em ti, que és uma bruxa diferente.
in "O Despertar dos Silêncios"
(Imagem retirada de: google imagens)
Fui lendo as histórias que retirei do baú de recordações, minhas e tuas, que guardei no tempo que foi nosso. Li e reli, inventei e imaginei, construí e revivi.
Foram castelos de sonho que criei, desenhei-os na areia da minha praia mas levou-os o mar, o meu mar azul, em noites de tempestade.
Enquanto te amar, ouvirei sempre a mesma música. Quando ela deixar de tocar, esqueci-te para sempre.
in "O Despertar dos Silêncios"
17 de Maio de 2014
Um sonho concretizado. Para ser guardado no baú das minhas melhores memórias :)
Muito obrigada a quem esteve comigo e a todos os que não puderam estar presentes,
mas que tanto me apoiaram e acarinharam...
Aos meus amigos da blogosfera... conhecer-vos foi o melhor que me aconteceu nos últimos anos...
O início
Sobre as mesas, flyers e pétalas de rosa...
Com a minha querida amiga Maria das Quimeras
Com a minha querida amiga closet
Com os oradores: o meu querido primo Guilherme Pinto (à esq.ª),
Jorge Traquina, um verdadeiro poeta e amigo de adolescência (à dta.ª) e
Lúcio Vieira (ao centro), grande escritor torrejano, representante da Chiado Editora
Palavras maravilhosas que me foram dirigidas...
Eu, a discursar... (medo!!!)
Familiares e amigos
Depois do discurso, com a mana ónix
A fazer uma dedicatória
Resultado final: FELIZ!!!
Faltam os abraços, as surpresas, todos os sorrisos... são muitas, as fotografias (não caberiam todas aqui).
Obrigada aos fotógrafos José Pedro Pinto, Guilherme Pinto, Elisabete Pinto, Diana Vinagre, Guida Duarte e Gilberto Reis.
Jornal ' O Almonda'
Jornal 'O Torrejano'
A todos os meus amigos da blogosfera.
Obrigada a quem sempre acreditou em mim...
Abraço enorme :)
Querido Cúmplice, Obrigada por passares pelo meu s...
De acordo com tudo o que disseste, e mais encantad...
Querida Green,Obrigada por passares por aqui.. É s...
Querida Leonor,É sempre um prazer ler um texto teu...
Obrigada.. desculpe o tardio da resposta. Sabe? Já...