Às vezes, de noite, subo ao telhado do sótão, sento-me a ver as luzes da cidade e o frenesim do fim dos dias e penso que gostava de ficar ali para sempre. O meu sótão é cor de rosa. Leonor Teixeira, a Ametista
Às vezes, de noite, subo ao telhado do sótão, sento-me a ver as luzes da cidade e o frenesim do fim dos dias e penso que gostava de ficar ali para sempre. O meu sótão é cor de rosa. Leonor Teixeira, a Ametista
Já não há voz nas palavras, há gritos mudos. As almas vão adormecendo com as idades e choram no silêncio amargo dos vazios.
Morreram os sorrisos, não consigo escutar os seus encantos. Morreram, como vão morrendo os sonhos. Como morrem os amores e as esperanças de quem inventa histórias de felicidades inatingíveis.
Como quebrar a barreira entre o rasgar dos lábios e a força desmedida de cerrá-los?
E as danças, as danças que aclaravam as noites escuras? Morreram com os corpos que se deitam, sisudos, nas areias de um tempo que é longínquo e se transforma.
Preciso do silêncio doce que a sedução das ilusões me transporta. Preciso dos sorrisos que se soltam nos versos dos poetas e das danças das letras em folhas brancas.
Mas morro no cais ao lado de gritos mudos, como uma pedra que se solta da calçada e desaparece nas marés.
Destacada? Eu? Mas será que vi bem? Sem dúvida, a melhor prenda de Natal.
Iupiiiiiiiiii!!!!
Quero agradecer do fundo da minha alma à equipa dos blogs do sapo por este destaque que me deixou tão, mas tão feliz. O meu agradecimento profundo vai, também, para quem sugeriu o Danças em Silêncio.
Há três anos criei este blog e quando o Danças fez dois anos, escrevi um texto que agora vos deixo porque o sentimento é o mesmo senão maior.
Não estou aqui para dar os parabéns a mim mesma, mas para agradecer as amizades construídas neste mundo blogosférico. Estar aqui tem sido deveras gratificante.
Foi muito mais do que criar centena e meia de posts e ter mais de mil comentários. Foi o conhecer pessoas novas que, sem a existência de presença física, se envolveram num sentimento grandioso.
No início, tudo era novo e desconhecido. Não havia visitas, não se conhecia ninguém mas ia-se espreitando um ou outro espaço e, com o passar do tempo, foram chegando autores de mundos fantásticos. Entrámos nos cantinhos uns dos outros, devagarinho e sem abusar, fomo-nos conhecendo através das palavras e criando laços de ternura invulgares. Hoje podemos dizer que há aqueles que fazem já parte da nossa vida.
É com muita honra que escrevo no sapo, aquele batráquio que nos deixa entrar e nos dá liberdade para escrever, criar. Por diversas vezes mudei o rosto ao blog, alterei os templates, as cores, os componentes, os títulos e as descrições. Dei um nome a mim própria, alterei o pseudónimo uma ou outra vez e, finalmente, decidi-me por ficar mesmo assim. A Ametista do Danças em Silêncio.
Neste nosso mundo tenho conhecido blogs indescritíveis, formas de escrita envolventes e outros tipos de arte simplesmente fenomenais. Aqui cruzam-se emoções, misturam-se lágrimas, risos e sorrisos. Partilham-se alegrias, tristezas, abrem-se corações e unem-se almas. Por aqui também existem verdadeiros construtores de sonhos, onde podemos escrever até onde a nossa imaginação nos levar. Aqui publicam-se livros, concretizam-se sonhos.
Um dia este cantinho chamou-se Aqui Sou Feliz. Acreditem que o fui e hoje posso dizer que continuo a sê-lo. E não me canso de repetir que sou mesmo feliz aqui convosco!
Queria pintar de arco íris a nossa infância. Vens comigo?
Vamos pincelar de azul o cinzento dos dias e transformar os pingos da chuva em gotas de prata.
Consegues avistar a floresta lá ao longe? Está pintada de verde e se subirmos à cabana feita de madeira que está na árvore que é só nossa conseguimos, lá do alto, sentir o cinzento das nuvens transformar-se em rosa e podemos ver pedaços de um sol que se retira para adormecer. Os pássaros estão escondidos pelo medo do tempo. Vamos ao seu encontro e pedir-lhes que nos ensinem a voar?
Sabes uma coisa? Gosto de estar aqui contigo. Tu, que tens os traços tão diferentes dos meus e que, ao mesmo tempo, és tão igual a mim.
Vamos lançar ao vento o guarda-chuva que nos ampara, tirar os chinelos dos pés e saltitar descalços por esta terra molhada que nos oferece um cheiro doce e alimenta os nossos sentidos?
Vens comigo sentir a chuva cair sobre a nossa pele? Parece água morna que vem do céu e nos ajuda a chapinhar nas poças do caminho que nos leva ao esconderijo que nos espera. De lá, conseguimos admirar o verde da erva que enfeita a berma da estrada.
Sabes? Aqui, não tenho frio e contigo não me sinto só. Um dia, encontrámo-nos e conhecemo-nos. Agora, damos as mãos todos os dias e brincamos juntos. Sabes que, à noitinha, consigo ver a lua espreitar por entre as nuvens que pintam o céu de branco? Não sentes o mesmo?
Aqui, neste lugar onde vivemos, misturam-se pedaços de cada ponto do mundo. Aqui, não existem diferenças, não há medos. Aqui, sente-se um cheiro a liberdade.
Queres saber uma coisa? A nossa cor de pele é tão diferente, mas as nossas almas são tão semelhantes. São cristalinas.
Levantei-me, depois de um sono ansioso, sem saber muito bem a que planeta pertenço. Terra ou Marte?
Deambulei pela casa e senti o meu corpo tremer. É hoje. Olhei-me ao espelho e perguntei-me: É mesmo hoje? Meu Deus!
Olhei através da janela do quarto. O sol brilhava como num dia de Verão. O dia estava pura e simplesmente lindo.
Coragem, Leonor, coragem. Tu vais conseguir. Ouvia a voz de um anjo bem juntinho ao meu ombro que sussurrava: Calma...
O meu coração batia aceleradamente enquanto me preparava para agarrar o dia. Carpe Diem. Afinal, hoje é um dia especial e único na tua vida, miúda - disse-me o anjo.
Lembro-me que falei comigo mesma o tempo todo. Parecia um autêntico diálogo mas, afinal, quem estava ali era apenas e somente eu. Que belo monólogo, sem pés nem cabeça e sem espectadores.
Percorri a casa de trás para a frente e de frente para trás e no fim de me encontrar completamente preparada para sair, parei em frente à porta de entrada e enchi o peito de ar para depois o expirar, muito devagarinho. Ainda falta, pensei.
Mal tinha calçado os sapatos que tinha comprado de véspera e já começava a sentir uma ligeira dor nos pés. Tacão alto? Alto não, altíssimo! Nunca mais na vida. Não tarda, já não consigo andar. Agora tens de aguentar, Leonor.
Não me lembro de conduzir até casa da minha mãe. Foi como se o carro me levasse como que numa onda que rebenta velozmente.
3 de Outubro de 2009, 15 horas.
Tocou o telefone e atendi num ápice. Acho que gritei, não me lembro bem, e do outro lado soaram risos. A Helena da Autores Editora acabava de chegar à minha santa terrinha. Não se encontrava muito longe e, de tão querida que é, num instante encontrou o caminho para a casa da minha mãe. Demos um abraço há tanto esperado.
Apresentei-lhe a família, conversámos um pouco e tentou acalmar-me tal era o meu nervosismo.
Estávamos nós numa conversa animada e uma vez mais a Helena no seu melhor a ajudar-me a descontrair, o telefone voltou a tocar. Quem poderia ser? Não mais do que a Diana, minha querida amiga Maria das Quimeras e a Marta, a muito admirada Sonhandoaosquarenta, ambas perdidas no meio da cidade, quem sabe mais localizadas do que eu própria, muito mais perdida do que elas. Acho que a minha voz tremia enquanto tentava ensinar-lhes o caminho para a casa da minha mãe, mas atrapalhei-me toda e a minha irmã conseguiu salvar a situação (pensávamos nós). Esperámos por elas, mas escapou-se-lhes um pormenor importante e, depois de algum tempo de espera, já a Diana e a Marta se encontravam na direcção oposta e a caminho do local da festa.
Fomos ao seu encontro mas, às tantas, estávamos tão perto e não nos conseguíamos ver. Finalmente, lá nos avistámos e seguimos viagem em fila indiana até ao destino.
Parados os carros numa ladeira íngreme, fui ao encontro das minhas queridas amigas por entre braços abertos e um andar desengonçado.
Foi um momento bonito. Abraços, beijos e sorrisos.
3 de Outubro de 2009, 17 horas.
Encontrava-me ainda por detrás do balcão do bar a tirar uns cafezinhos para as convidadas especiais (a máquina fez um barulho esquisito e ainda pensei que íamos ficar sem café), quando começaram a aparecer alguns amigos e conhecidos, família e colegas de trabalho. Fui apanhada completamente desprevenida. Pensei que as pessoas começassem a chegar um pouco mais tarde, mas foi puro engano meu. A surpresa foi grande e, ainda as manas andavam atarefadas a dar os últimos retoques no bar, já as pessoas começavam a instalar-se na esplanada. Acho que 'rosnei' a quem me ofereceu ajuda e quase me senti 'à beira de um ataque de nervos' antes de um discurso feito à base de agradecimentos e sem formalidades.
Queria estar em todo o lado. Com as amigas do blog, com a Gerente da Fábrica e com todos os que carinhosamente iam chegando. Mas impossível desdobrar-me e o tempo voou. Um bocadinho aqui, outro pedacinho ali e as palavras não me saíam, a não ser muito obrigada.
3 de Outubro de 2009, 20 horas.
Depois das pessoas começarem a dispersar permaneceu um grupo e, ao cair da noite, decidimos ir jantar a um restaurante que se encontrava ali perto. Deslocámo-nos até lá numa bela caminhada na mais perfeita harmonia.
Enquanto sentíamos o ar ameno de uma autêntica noite de Verão conversávamos, por entre sorrisos e gargalhadas, à porta do restaurante. Esperámos hora e meia, se não mais, para conseguirmos uma mesa vaga para doze pessoas. Juntaram-se as operárias da Fábrica e a sua Gerente. Falámos de nós e das inspirações, dos temas semanais, da produtividade e do atraso na entrega dos textos.
Foi um jantar divertido onde imperou a alegria e boa disposição, disparates saudáveis e bom humor, típico dos ribatejanos. Eu, refeita do estado de nervos, comecei a sentir-me meio 'abananada' e com pouca reacção.
Regressámos ao bar, aproveitámos o ar da noite e sentámo-nos em roda de uma mesa de amizade. Trocaram-se mails e endereços dos blogs, tiraram-se fotografias para recordar. Qual não foi o meu espanto quando se fez silêncio e começaram a cantar-me os parabéns. Esquecera-me por completo do dia que acabava de entrar e fiquei comovida com mais um gesto de carinho.
4 de Outubro de 2009, 1 da manhã.
Hora da despedida.
Saída do Ribatejo por parte de quem pertence à Estremadura. Demos abraços e beijos de despedida e o obrigada por tudo sempre presente. Ao vê-las partir, a saudade instalou-se de imediato.
Para quando um novo encontro? Talvez para breve...
P.S. E é que não foi mesmo? E como resultado do encontro, eu e a Marta começámos a fazer parte do blog No Estendal da Maria a convite da própria. Vão lá espreitar, vão!
Desejo à minha querida amiga Maria das Quimeras um excelente Aniversário!
Espero que o teu dia seja preenchido com tudo de bom que mereces. Miminhos, prendinhas boas, abracinhos apertados e muitos, mas muitos sorrisos... tudo na companhia de quem amas.
Que seja, então, um daqueles dias... inesquecível, para guardares no baú das tuas melhores recordações.
Muito obrigada pela tua amizade.
Sê feliz, Amiga!
Beijinhos mil e sorrisos... muitos, ao longo do teu percurso...
Vejo-me a passear por entre divagações e encontro uma fábrica de histórias pousada numa nuvem branca. A seu lado uma outra nuvem, de mil cores, onde um grupo de operários partilha os seus sentidos de mãos dadas.
A porta está aberta. Entro na nuvem, estendem-me a mão e juntos criamos uma dança especial. É o baile das palavras que nos unem, por entre uma aliança de almas que se tocam num gesto encantador.
Consigo ouvir as nossas vozes que sussurram por entre a música que toca sem parar e as palavras ecoam em nosso redor, as histórias pairam no ar.
Há pedaços de prosa, pedaços de poesia guardados num cantinho de nós e a inspiração que nos espera sorri-nos através de uma nuvem coberta pelo imaginário que nos envolve.
Há escritas floridas enviadas e recebidas com carinho. São brancas como a paz, azuis como o mar, verdes como a esperança, de mil cores como os nossos sorrisos.
Ganhamos asas, voamos num céu que nos ampara e pousamos na praia que nos espera.
Damos as mãos sentados na areia dourada e emergem as nossas histórias que cantam com as gaivotas que sobrevoam a beira mar. É um cântico que nasce de um abraço construído de mil contos de encantar. As palavras soam num verso inigualável, enchem-nos a alma, trazem consigo um pouco de mar.
As ondas vêm até nós para nos beijar e eleva-se o nosso sentir. Mergulhamos nas suas águas como sereias a ondular nas profundezas de um oceano. Há uma fantasia que se aproxima de mansinho e chega até nós.
E desta forma tão sublime cresce a fábrica de histórias que encontrei, que abriu as portas de par em par e, tão delicadamente, me deixou entrar. A fábrica é azul, parece o sol a reflectir-se no mar.
As mãos estão dadas, a dança é perfeita, a arte eterna. Estamos na linha do horizonte.
A querida Flordeliz ofereceu-me este miminho que estava guardadinho na minha alma à espera deste dia.
Agradeço do fundo de mim o gesto e as palavras doces de uma amiga que tem um mundo que nos encanta com a beleza dos seus clics e que nos deixa a sonhar com a magia de cores que nos envolve.
Obrigada, querida Flor!
Não vou seguir as regras, mas vou oferecer este selo a todos aqueles que passam por aqui e trazem consigo magia nas palavras.
Quero agradecer aos amigos mais queridos que tenho aqui na blogosfera a força que me têm transmitido nesta fase menos boa da minha vida.
Um agradecimento especial ao meu muito querido amigo José A pelo mimo que me deixou extremamente comovida e à querida amiga Flordeliz pelo post que me dedicou. Conseguiram colocar no meu rosto um sorriso de mil cores.
Não tenho palavras para agradecer todo o carinho e apoio que fizeram chegar até mim. Obrigada pelas palavras de conforto que me têm deixado.
Maria das Quimeras Sindarin Gota de Orvalho. Como retribuir-vos a amizade demonstrada? Terem entrado na minha vida foi algo maravilhoso que me aconteceu. Estou-vos imensamente grata.
De salientar o afecto sempre presente da minha muito querida amiga Ónix e do meu grande amigo Segredo que tem estado ausente por aqui, mas nunca se esquece de mim.
Em nome do meu amigo que se encontra hospitalizado em estado grave, um agradecimento imenso pelo apoio transmitido por parte de todos os amigos que acima mencionei bem como a Idalina, Jo e Sonhandoaosquarenta.
Estão todos na minha alma.
Aproveito para referir o prémio que a Green.eyesme ofereceu e ainda não tive oportunidade de agradecer.
Obrigada também a quem vai passando no meu cantinho e me vai deixando uma palavra de apreço. Desculpem se não vos menciono a todos.
Um mimo de encantar vindo de um amigo encantado... o meu amigo José A.
E das palavras cultivadas num vaso adornado de um imaginário ininterrupto, brotou uma amizade encantada que cresce a cada dia... qual passarinho que poisa em redor de uma taça pintada de sonhos... há um companheiro por perto que abre as asas para o abraçar ...
É uma dança de afecto que se estende numa nuvem...
Obrigada pela amizade que conseguimos construir, querido José...